Quem você seria se pudesse Ser?
Quem é você? O que é você? O que lhe motiva, o que lhe movimenta? O que lhe restringe? Quais amarras você mantém? Você é o que desejaria ser? Quem você seria, se pudesse ser?
Tantos questionamentos que perpassam pela mente, que trazem reflexões e aflições... A angústia de não se encaixar ou não se sentir adequado num contexto que tanto cobra afirmação. O "não sei" sendo visto como fraqueza, como algo que atrasa. Atrasa a quem?
O ser nasce, dependente, frágil, insuficiente... Cresce, se torna mais ativo, caminha só, mas ainda depende de outro para auxiliar a se alimentar, se vestir, circular. Conforme vai ganhando a estatura de adulto, os números da idade vão aumentando, é exigida a independência total, cuidar de si mesmo, ser bem sucedido, ser alguém que faz a diferença.
Retomo a questão, para quem?
Sonhos, desejos, ficam para trás na pressão da dinâmica social. Então o ser se vira com o que tem ao alcance, o que é palpável. Paga suas contas, encontra um alguém para dividir a vida, constrói seu núcleo familiar e pronto! Missão cumprida! Mas a insatisfação, a coceira atrás da orelha, se mantém. Mas está tudo de acordo com o esperado, conforme as regras de como ser - segundo quem?
E o ser não se sente contemplado com o que se tornou. O que é não satisfaz, não traz a sensação da plenitude utópica tão prometida como prêmio ao seguir todos os passos de como ser.
O grande executivo, que não se sente sendo o que deseja, mesmo tendo tudo o que é posto como ser bem sucedido. A enfermeira que não sente cuidada ao cuidar, mesmo tendo batalhado pelo espaço de confiança e admiração. O casal que não se sente como par, mesmo sendo visto como a relação perfeita. a jovem adulta que sofre, toda vez que tem que cumprir seu papel de mulher ideal. O que falta? Por quê sentira assim? É permitido o vazio diante do preenchimento de todos os quesitos de como ser?
Mas pergunto: Você é o que deseja ser? Quem você seria se pudesse ser?