Anos atrás uma cliente trouxe uma analogia que adotei com muito carinho para explicar o que é a psicoterapia:
Somos todos como um museu. Um museu tem suas portas abertas à visitação. Qualquer um pode chegar, com seu ingresso, e adentrar suas instalações. Pode observar, jugar, ser tocado, se emocionar pelo que está lá exposto. Só que um museu é muito mais do que a exposição. Há sempre uma curadoria sobre o que e como será apresentado.
Temos áreas de circulação restrita, áreas de estudos, áreas de raridades e tratamentos. Essa curadoria se transpõe nas nossas vivências. Somos eternos curadores de nós mesmos. Sempre avaliando o que será exposto e quem terá acesso às áreas restritas.
O processo terapêutico é um olhar cuidadoso sobre as tomadas de decisões e caminhos tomados. É buscar a autenticidade em nossos movimentos. O significado de cada passo e como se dá a interlocução com o mundo – os visitantes.
Muitas vezes as demandas externas e rotineiras nos sufocam e tiram do holofote a preciosidade maior que é a gente. Somos seres dotados de potencial em constante relação com o meio em que vivemos. Somos arte em vida.
A psicoterapia é isso: um mergulho nas águas profundas da nossa existência, com a terapeuta como auxiliar nas descobertas. É buscar o equilíbrio que faze sentido pra gente. Que traz calor ao nosso coração. Quanto mais conscientes das nossas escolhas, maior o senso de EU, maior o conforto em caminhar mundo a fora em nosso próprio corpo.
‘Bora cuidar desse museu de grandes novidades que é você?